DICA DE LEITURA: “PARQUE TATINHA”, DE ANDERSON OLIVIERI

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A dica de hoje do jornalista Anderson Olivieri – responsável pela comunicação do Cartório de Sobradinho – é uma crônica de autoria dele próprio: “Parque Tatinha”:

Soube hoje, por um morador da 113 Sul, que a quadra possui um parque cujo nome é Maria Cláudia Del’Isola. Chegamos ao assunto porque, antes, lhe expliquei quem fora Rogério Pithon Farias – que por um tempo denominou o atual Parque da Cidade Dona Sarah Kubitschek. Surpreso com a história, ele disse também haver em sua quadra um espaço que homenageia uma jovem morta precocemente. Foi quando falou de Tatinha.

Era assim que chamávamos a linda e meiga Maria Cláudia, de quem fui colega de sala por três anos no Maristinha. Ela me chamava de Mô, diminutivo do apelido que me acompanhou por toda vida escolar: Morango. Sentava-se na primeira carteira, era aplicada nos estudos, compenetrada, o oposto de mim em sala.

Certa vez, lancei do fundão uma bola de papel em seu cocuruto. Tatinha se virou com uma expressão híbrida no rosto. Seus lábios apresentavam o belo sorriso de sempre, mas seus olhos apertados me fulminavam. Mais espremidos eles ficaram ao ler o que escrevi no papel voador: “depois me empresta seu caderno pra eu copiar?”. Séria, ela só levantou o indicador e o balançou lentamente pra lá e pra cá. Não demorou, o caderno estava sobre a minha mesa com um bilhetinho: “Seu chato!”. Como era generosa a Tatinha…

Sempre que penso nela a primeira lembrança é a da nossa despedida. Em 7 de dezembro de 2004, estive com Tatinha na entrada da ACM, academia onde ela estagiava e eu malhava. Fazia bastante tempo que não nos víamos. O ensino médio era águas passadas havia dois anos. Fiquei tão feliz em revê-la. Pude me atualizar de como andava a sua vida – um agito só, me disse, já que cursava pedagogia e psicologia ao mesmo tempo.

Tatinha quis saber se eu continuava jogando bola, se seguia mirando carreira política, se estava feliz no direito. Também lembramos histórias agradáveis da época de Marista, até que a hora avançou e tivemos de ir embora. Para selar a despedida, um afetuoso abraço. Nosso último.

Dois dias depois, no mesmo 9 de dezembro que marca meu aniversário, Tatinha foi assassinada dentro de casa pelo caseiro e pela empregada doméstica. Eu tinha 20 anos. Pela primeira vez a morte se apresentava a mim como um soco na alma e um choque no corpo. Foi uma grande dor.

Nesses quase 18 anos da tragédia, vez por outra, em conversa com amigos dos tempos escolares, lembramos Tatinha, sua doçura, sua bondade permanente. Inevitavelmente especulamos como ela estaria hoje, se com filhos, se casada, se seguindo os passos dos pais educadores, como ela desejava.

Hoje eu a revejo por outra voz que não a desses colegas, mas a de alguém que sempre utiliza o parque Maria Cláudia Del’Isola, na 113 Sul, para um encontro matinal com a natureza.

Qualquer dia desses também passarei por lá. Quero reencontrar Tatinha.

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